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    Turismo Nuclear

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    Turismo Nuclear

    Praias e grandes cidades nem sempre são os destinos mais procurados pelos turistas, há aqueles que preferem se arriscar um pouco mais para conhecer lugares um tanto que diferentes e este é o caso das cidades de Chernobyl e Pripyat a 100km de Kiev, capital da Ucrânia.

    Na década de 1970 a União Soviética construiu na pequena cidade de Chernobyl uma Usina Nuclear e para abrigar os trabalhadores foi construído também há 18km um lugar chamado de Pripyat que foi definida como cidade apenas em 1979. Pripyat tinha tudo para ser uma cidade moderna na época se não fosse o acidente nuclear em Chernobyl em 1986. O reator da usina explodiu liberando uma fumaça radioativa por toda região. A radiação chegou a Rússia e Europa Ocidental e as cidades foram esvaziadas as pressas porém tarde de mais, muitos se contaminaram e morreram, a maioria que conseguiu sobreviver desenvolveu algum tipo de câncer. O reator da usina foi selado em um compartimento de chumbo, metal e concreto apelidado de “O Sarcófago”.

    Turismo Nuclear (1)

    Avenida de Pripyat antes do acidente.

    Após mais de 20 anos os níveis de radiação por lá são praticamente os mesmos e abaixam muito lentamente, a expectativa é que a radiação desapareça por completo daqui a 900 anos, porém o governo ucraniano decidiu abrir as portas da zona de perigo para o turismo, mas não pense que é apenas voar para Kiev e alugar um carro para a zona nuclear, esse tipo de turismo deve ser feito com guia credenciado visto que existem barreiras no caminho e alguns detalhes a se seguir, como por exemplo, a radiação se fundiu a água, vegetação e solo então existem determinados lugares em que é extremamente proibido pisar na terra.

    Turismo Nuclear (2)

    Pripyat 20 anos após o acidente.

    Existem algumas agências que fazem esse tour como a Solo East Travel ou a britânica Lupine Travel, os passeios giram em torno de U$$150,00 em grupo e U$$500,00 sozinho e lhe dá direito a vistos de entrada na zona de exclusão, guia em inglês, almoço, um contador geiger para medir o nível de radiação e segurança de que você retorne a Kiev são e salvo, mas as agências fazem algumas exigências ao viajante, pede que ele leve água potável engarrafada, não tenha nenhuma contra indicação médica contra energia radioativa ionizante, que não leve consigo qualquer material da cidade, evite andar nas partes em que não houver asfalto, não fume, ter consciência que irá se expor a radiação por vontade própria e por último e o mais tenso, no término do passeio todos são revistados por uma máquina anti-radiação, se houver alta contaminação a pessoa não poderá voltar, no fim você assina um termo de responsabilidade e prossegue viagem.

    Corredor de uma antiga escola.

    Corredor de uma antiga escola.

    Parque de diversões que nunca foi inaugurado.

    Parque de diversões que nunca foi inaugurado.

    São cerca de 2 horas de carro de Kiev até a local da catástrofe, a estrada é ruim mas a paisagem é de pastos e fazenda, nada que vá lembrar um incidente nuclear, até que você chegue a fronteira da zona de exclusão onde as placas de perigo e radiação são em grandes números. A primeira parada é em Chernobyl, a cidade menor onde viviam 14 mil pessoas, o local hoje serve como base militar e de cientistas e fotos são proibidas assim como em alguns pontos como na fronteira onde separa a zona de exclusão. Por ser a área onde está o reator os níveis de radiação ali são cem vezes maior do que o normal. Os que trabalham ali ficam por 15 dias e depois saem por 3 semana para descontaminação até poderem voltar novamente. Uma dose letal de radiação começa a partir de 300 roentgens (medida de radioatividade) por hora por algumas horas. Acima 500 roentgens/hora, a morte é certa. Durante o tour a radiação varia de dez a centenas de microrroentgens. Enfim, a radiação absorvida durante o passeio de seis horas não é tão grande, apesar de muito maior do que o normal. O risco seria a exposição continuada, já que a radiação ionizante é cumulativa no corpo. Dentro da zona de exclusão, existem bolsões de altíssima radioatividade, capazes de matar qualquer planta ou animal em poucos minutos, mas no geral os índices são seguros, garantem as agências de turismo e afirmam que a radiação absorvida no passeio é a mesma de um voo de avião de 4 horas.

    O “Sarcófago”, onde está selado toda a energia nuclear.

    O “Sarcófago”, onde está selado toda a energia nuclear.

    Uma das raras fotos da fronteira da Zona de Exclusão.

    Uma das raras fotos da fronteira da Zona de Exclusão.

    No passeio é possível parar há 10 km do reator 4 da foto acima, um momento de muita tensão porque ali os níveis de radiação são alarmantes e o máximo que um turista pode ficar ali é de 15 minutos, os outros reatores foram sendo desativados aos poucos, o último parou em 2000 mas ainda há no local uma grande quantia de combustível nuclear. Depois são feitas visitas a construções que reportam bem como era a antiga União Soviética e alguns monumentos memoriais como o dos 28 bombeiros que entraram no reator no dia do incêndio para conte-lo, todos morreram dias depois. É visitado também a Floresta Vermelha, isso porque o nível de radiação lá é 200 vezes maior que o normal, porque no dia da explosão uma corrente de vento jogou uma grande quantidade de radiação em cima da floresta e que acabou se fundindo a ela, com isso as árvores ganharam uma coloração avermelhada. Algumas casas foram enterradas devido ao nível de radiação e no local posto uma placa alertando o perigo.

    Floresta Vermelha.

    Floresta Vermelha.

    Por fim o viajante é levado até Pripyat, a cidade que havia mais de 40 mil pessoas e brigava boa parte dos trabalhadores de Chernobyl. Lá a paisagem é de cidade fantasma mesmo, muitos prédios que foram abandonados as pressas, casas, escolas, ginásios de esportes e até um parque de diversões que nunca chegou a ser inaugurado, tudo aos poucos sendo engolido pelo mato que cresce na região. Em Pripyat o passeio é feito a pé mesmo e é possível entrar nos blocos residenciais e conhecer um pouco mais da história do lugar. O que mais pode se ver lá é a vida animal que parece não ser afetada, há lobos, esquilos, raposas, pássaros que vivem tranquilamente por lá mas cientistas afirmam que as mutações ocorrem entre eles também.

    Salão abandonado.

    Salão abandonado.

    Vista de Chernobyl desde Pripyat.

    Vista de Chernobyl desde Pripyat.

    No fim do passeio como eu disse mais acima você passa por um detector de radiação, querendo ou não todos saem contaminados mas essa contaminação some em algum tempo, caso haja um nível de contaminação maior é obrigatório a permanência do turista até que o nível de radiação baixe.

    O que acha desse passeio na Ucrânia? Você toparia fazer?

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    Olá! Meu nome é Leonardo, tenho 33 anos, sou de Brasília - DF, mas moro na Europa há mais de 8 anos. O desejo de viajar somou com uma frustração que aconteceu e me fez sair do Brasil. Eu amo viajar, conhecer lugares, pessoas e culturas, tanto que resolvi criar o blog Tô Longe de Casa para poder compartilhar com as pessoas todas essas minhas experiências pelo mundo.

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