Calor em Santa Cruz de la Sierra
Acho que a maior parte das pessoas que começam a fazer mochilão tem a Bolívia como primeiro destino e consequentemente Santa Cruz de la Sierra como primeira cidade. Comigo não foi diferente.
Santa Cruz foi a primeira cidade que conheci de mochilão, mesmo que minha passagem lá tenha sido rápida, totalizando 2 dias, deu pra conhecer um pouco da correria do local. Há várias formas de se chegar até lá, as mais conhecidas são a do famoso Trem da Morte que sai da cidade de Corumbá no Mato Grosso do Sul e vai até Santa Cruz, eu optei por ir mesmo de avião, já que não estava sozinho. Minha passagem de avião pra lá saiu em torno de R$640,00 ida e volta saindo de Brasília. Cheguei ao Aeroporto Internacional de Viru Viru era quase 1 da manhã, nessa altura não tinha câmbio aberto e o do aeroporto não compensava, mas conseguimos um taxista que aceitasse dólares para nos levar há algum albergue. Por incrível que pareça, todos estavam lotados então tivemos que ficar em um hotel mesmo, ficamos no Hotel Suecia em frente ao Terminal Bimodal, bom pois tínhamos que comprar passagens de ônibus e ruim porque o hotel era um lixo.
Com o dia amanhecendo tivemos o primeiro contato com a realidade boliviana, as ruas começaram a se entupir de carros, todos buzinando, pessoas apareceram aos montes e ambulantes vendendo bugigangas era o que não faltava. Fui até o terminal comprar minhas passagens de ônibus para Sucre e aproveitar para trocar o dinheiro. O terminal é uma loucura, ônibus chegando e saindo, gente gritando e vendendo passagens, enfim se você sobrevive a ambientes como o do terminal você sobrevive a qualquer lugar da Bolívia.
Com tempo restante ainda antes de ir para Sucre fomos passear na cidade, de transporte público pra economizar. O calor foi ficando cada vez mais insuportável, eu não parava de suar, mesmo assim pegamos uma van para nos levar até a Plaza 24 de Septiembre, onde fica localizado a Catedral de Santa Cruz de la Sierra, também conhecida como a Basílica Menor de San Lorenzo, além de outras edificações do período colonial. A van que pegamos são o transporte público de lá, é bem baratinho, algo como centavos de bolivianos, vivem lotadas mas andam por toda a cidade, não me lembro de algum número de linha, mas é só perguntar para o cobrador se ela passa no local desejado. A praça 24 de Septiembre é um dos pontos turísticos da cidade, além também de que grande parte do comercio está localizada ali nas redondezas, ali ao menos fazia um ventinho. A praça conta boa parte da história do lugar pois possui mais de 400 anos, é muito bonita porém não vá esperando muita coisa se for pra lá. Hora de tomar um café ali em um restaurante bem bacana do lado da catedral e continuamos a andar pela cidade.
Com a manhã indo embora e a tarde chegando junto com ela vinha o calor maior ainda, não sei bem mas devia está fazendo uns 36º a 40º. Começamos a caminhar dentre as ruas agitadas e sem sinalização de Santa Cruz até chegarmos a uma outra praça, um parque mais propriamente dito, era o Parque El Arenal. No parque tem uma lagoa e uma ilha, desenhada como reservatório de águas pluviais do centro da cidade, dentro da lagoa há uma fonte de águas dançantes e que quando venta molha todo mundo, uma forma de aliviar o calor que fazia naquele lugar. Depois de conhecer o parque fomos almoçar uma Quesadilla bem gostosa, não me pergunte o valor pois não anotei e nem lembro, mas foi na Plaza 24 de Septiembre, se não me engano no Centro Cultural Fran Aleman. Depois o jeito era voltar ao Terminal Bimodal para pegar um ônibus para Sucre.
Retornei a Santa Cruz algum tempo depois voltando de La Paz, cheguei lá no terminal era no fim da manhã e o calor já estava insuportável 3x. Dessa vez ficamos em um albergue na Calle Junín, nosso voo de volta para o Brasil era durante a madrugada, então tínhamos mais um dia livre por lá. Nessa altura eu já estava sem nada de dinheiro pois voltava de uma longa viagem, meu único dinheiro foram 20 bolivianos que compraram meu almoço em um restaurante brasileiro na mesma rua do albergue. Como já tínhamos andado bastante por lá optamos por descansar no albergue, mas o calor estava tanto, tanto que não dava nem pra ficar dentro do quarto sem ventilador. Tomar banho? Nem adiantava, ao sair do banheiro já saia suando muito, o clima só foi ficando mais estável ao anoitecer. A partir dai fui financiado pelos meus amigos, para poder jantar e pegar um táxi de volta ao aeroporto de Viru Viru. Existem diversas outras atrações na cidade e que eu não tive a oportunidade de conhecer, como o zoológico, Parque Reginal Lomas de Arena e até um lugar, que não me lembro o nome mas era em homenagem ao Che Guevara!
Ah, uma dica importante e que nos pegou de surpresa no aeroporto de Viru Viru, a taxa de embarque, essa mesmo que pagamos ao comprar a passagem aérea, não está inclusa na Bolívia, ou seja, lá tem que desembolsar uma taxa de U$25,00 pra poder entrar no avião, não tem nem papo, ou você paga ou você fica, por sorte conseguimos sacar dinheiro em um caixa eletrônico e voltar ao Brasil.
Comente