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    Morando com gringos e o golpe da sublocação

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    Morando com gringos e o golpe da sublocação

    Já passei por muitas experiências nesses anos viajando, mas uma que estava faltando era compartilhar o mesmo teto com pessoas de culturas diferentes, queria ir além do que um albergue poderia oferecer. Quando decidi morar na Irlanda sabia que teria que alugar um lugar e obviamente dividir com outras pessoas. Desejei muito conseguir uma casa apenas com gringos, dessa forma eu poderia treinar o meu inglês. Bom, eu consegui a casa de gringos, mas a experiência não foi das melhores não.

    Os protagonistas

    A primeira casa que eu morei na Irlanda eu dividi com 8 pessoas, isso mesmo 8, porém no meu quarto era apenas eu e mais uma pessoa. A quantidade  não me importou muito uma vez que a maioria trabalhava ou estavam ali só de vez em quando. No andar debaixo da casa havia uma sala e uma cozinha bem espaçosas e no andar de cima 4 quartos e 1 banheiro. Lá eu dividi com 2 venezuelanos, 1 austríaco, 2 taiwanesas e 2 mexicanos. Foi um mix bem legal de nacionalidades e que apesar de tudo o que houve eu gostei das boas experiências e do tapa na cara que levei.

    Os 2 venezuelanos que moravam comigo eram bem na deles, trabalhavam fora e era os “responsáveis” pela casa, mas não eram os donos. As 2 taiwanesas era bem legais e animadas, gostavam muito de conversar e de comer. O austríaco era bem na dele, estudava e chegava em casa apenas a noite, comia algo e ia dormir. Os mexicanos eram bem humorados.

    A convivência e diferenças culturais

    O primeiro mês foi muito tranquilo, claro que senti a diferença cultural em cada um, mas nada que prejudicasse, mas a partir dai as coisas não foram tão legais assim. Os ambientes comuns da casa eram tranquilos, apesar que nem todos tinham o mesmo nível de higiene que nós brasileiros. Tinha alguém que eu não sei quem era, mas que depois que usava algo só passava uma água e colocava de volta no armário, dava um certo nojo.

    Já com relação a comida a regra era simples, cada um comprava e preparava o seu, mas volta e meia alguma coisa desaparecia misteriosamente. Depois que minha comida desapareceu eu fui obrigado a etiquetar tudo o que eu comprava com o meu nome, até a carne moída. A parte legal da comida é que às vezes nós fazíamos uma vaquinha para cozinhar algo típico de cada país.

    Algumas outras coisas também me irritaram um pouco, como por exemplo, uma das meninas de Taiwan adorava saber o que eu cozinhava e para isso ela enfiava a cara quase dentro da panela. Ela também sempre ficava me rodeando e esperando que eu oferecesse um pouco. Eu também era interrogado por elas a cada vez que fazia algo diferente da cultura de Taiwan, por exemplo, o simples fato de eu jantar as 22h e não as 18h como elas já as deixavam intrigadas. Se eu comesse um biscoito fora do horário de refeições eu tinha que responder um questionário do porque fazia aquilo.

    Eu também dividi quarto com um dos mexicanos e a situação foi meio complicado. Ele era músico, até ai tudo bem, eu não me importava até o ponto em que a música se tornou um pesadelo no meu quarto; ele ouvia músicas sem fones de ouvidos. Eu era acordado todos os dias entre 7 e 8 da manhã com música alta, eu ia dormir com música alta, até durante a madrugada eu já levei susto com ele ouvindo música alta. Comprei até tampões de ouvidos, mas que não surtiram efeito, o jeito foi conversar com o dito cujo.

    O segundo mexicano era muito tranquilo, não tive nenhum problema, o mesmo com o austríaco, esse por sua vez era um furacão na cozinha, eu procurava cozinhar antes dele chegar, pois ele ocupava todo espaço. Os venezuelanos eram bem na deles, quietos, apareciam as vezes, trocávamos algumas ideias, mas eles eram quietos demais até que comecei a desconfiar. Foi com eles que o problema foi maior.

    O motivo da saída: O golpe da sublocação

    Apesar de tudo eu não decidi sair de casa por causa dos mexicanos, das taiwanesas ou do austríaco, nos dávamos bem, fazíamos jantares, saíamos, as diferenças culturais não eram um problema grande a ponto de fazer alguém mudar de casa, mas a falta de caráter era.

    Os alugueis em Dublin são complicados, muita gente se aproveita para fazer sublocações, isso significa que eles cobram mais do que o valor do aluguel para tirarem uma parte, coisa que é crime. Quando cheguei nessa casa os 2 venezuelanos se apresentaram como responsáveis, era para eles que eu devia pagar o aluguel. Como eu estava desesperado eu nem me toquei, aceitei ficar e nem pedi pra ver contrato e saber quem era o landlord (dono da casa), paguei o depósito de €100,00 que é como se fosse um caução e o aluguel no valor de  €320,00.

    Com o passar do tempo eu comecei a perceber que a casa, apesar de espaçosa era muito velha e que o valor que eu pagava no aluguel não correspondia ao valor da casa (fiquei até sabendo que depois que sair o piso do banheiro estava cedendo). Vi gente pagando o mesmo valor em apartamento muito mais novo e espaçoso. Algum tempo depois as duas taiwanesas foram expulsas da casa sem motivos, quando perguntei a um dos venezuelanos o que havia acontecido ele me disse que simplesmente não gostava mais de uma delas e que ia mandar as duas junto. Ele simplesmente tomou a decisão por todos. Nesse período eles colocaram uma 9ª pessoa na casa, isso mesmo, 9 pessoas, mas o aluguel continuou o mesmo, subentende-se que havia uma sublocação.

    Por fim eu decidi sair dali pois não estava me fazendo bem. No dia em que fui embora, eles enrolaram até o último segundo para devolver meu depósito e o restante do meu dinheiro, mas não me devolveram tudo. Apesar do aluguel ser €320,00, que dá €74,60 por semana, eles me cobraram €100,00 por semana. Na hora nem falei nada pois já estava quase dentro do carro, mas em seguida mandei uma mensagem questionando o porquê ele não tinha me devolvido tudo e exigi ver o contrato da casa. Ele não me respondeu, só que depois eu o encontrei na rua, o bixo ficou branco quando me viu e veio logo soltando um papo de que era a regra da casa e que ele tinha me dito isso no primeiro dia e blá blá blá.

    Enfim, não me devolveram meu dinheiro e provavelmente devem estar dando o golpe em mais alguém por ai. Ainda não descobrir como fazer a imigração ou o dono da casa bater na porta deles, pois tenho quase certeza que são ilegais no país, mas irei descobrir e não por motivo de vingança, tô nem ai mais para esse dinheiro, mas pelo fato de não querer que nenhum outro brasileiro caia nessa armadilha e para acabar com a festa deles.

    Então se você está em Dublin e está procurando aluguel tenham cuidado ao alugarem uma casa ou quarto. Se forem exijam o contrato da casa e o contato do landlord.

    Hoje eu divido casa com brasileiros, muito melhor, pessoal honesto, a casa tem contrato e o dono sempre visita para pegar o aluguel, ele também compra o que precisa para casa e assim a vida segue, para melhor. Não tô dizendo que morar com gringos é ruim, é ótimo para praticar inglês e tem gente que tem ótimas experiências, mas para isso é preciso encontrar as pessoas certas.

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    Olá! Meu nome é Leonardo, tenho 33 anos, sou de Brasília - DF, mas moro na Europa há mais de 8 anos. O desejo de viajar somou com uma frustração que aconteceu e me fez sair do Brasil. Eu amo viajar, conhecer lugares, pessoas e culturas, tanto que resolvi criar o blog Tô Longe de Casa para poder compartilhar com as pessoas todas essas minhas experiências pelo mundo.

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