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    O dia em que quase quebrei o pé em Paris

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    O dia em que quase quebrei o pé em Paris

    Paris é linda e definitivamente não tem como falar mal, quem falou com certeza não viu o lado bom, porque eu, com meu pé quase quebrado soube aproveitar bem a cidade. Mas espera ai, um pé quase quebrado? Isso mesmo, foi por pouco, no momento foi tenso, mas agora estou bem e rindo disso tudo. Vamos a mais um perrengue de viagem!

    Rumo há um pé machucado

    Acordei bem cedinho em Chatou, cidade vizinha de Paris, coloquei minhas botas, arrumei a mochila de ataque, tomei um rápido café com o pessoal do Couchsurfing e fui para aquele clássico dia de turista, afinal, estava em Paris e falem o que quiser, mas eu precisava conhecer o Arco do Triunfo, Torre Eiffel e Museu do Louvre. Cheguei na estação, peguei o trem e logo em seguida o metro. Fui em vários lugares, andei bastante até que chego nele, o dito cujo no qual tudo aconteceu, o museu mais visitado do mundo, o Museu do Louvre.

    Quase pé quebrado em Paris - Perrengue (3)

    Entrada principal do museu

    Ainda do lado de fora do museu eu peguei aquela filazinha básica para entrar, uns 40 minutos em pé. Passando pela segurança chego ao imenso salão iluminado pelos raios de sol que transpassavam a pirâmide de cristal. Tudo parecia perfeito, afinal, estava sozinho em Paris e estava conseguindo fazer tudo o que pretendia. Peguei um mapa e comecei minha peregrinação naquele museu gigante, o museu é tão grande que merece um post especial para ele e que farei em breve.

    Estava caminhando um tempo apreciando as lindas obras de artes no museu, mas chega um momento em que não dá mais e tudo isso cansa. Foram 3 horas tentando conhecer tudo e acho que não vi nem 10% do museu. Por fim eu decidi parar e procurar a saída para ir para outro lugar, só que foi ai que o problema começou, mesmo com o mapa eu fiquei perdido dentro do museu sem encontrar uma saída para a rua.

    Quando finalmente cruzei a ala egípcia, depois de vários minutos perdido dentro do museu, eu vi no final da escadaria uma plaquinha escrito “exit” e pensei comigo mesmo: “Ufa, finalmente”. Comecei a descer as escadas, alegre por finalmente achar a saída, mas quando faltavam cerca de 2 degraus para o fim eis que o inesperado acontece, pisei em falso no degrau, tudo ficou em câmera lenta, meu pé girou quase 90°, momento em que consegui ouvir nitidamente o rompimento de todos os meus ligamentos, como se fosse um pedaço de pano se rasgando, eu havia caído e torcido o tornozelo em Paris, sozinho e dentro do museu mais visitado do mundo.

    Quase pé quebrado em Paris - Perrengue (4)

    Escadas do museu. Não foi nessa que cai, mas era parecida.

    Minha primeira reação foi pensar: “Fodeu, quebrei meu pé, não falo francês e tô sem seguro saúde”. O tombo não foi suficiente para me levar completamente ao chão, isso porque me agarrei no corrimão das escadas, mas foi o suficiente para trazer uma dor inigualável, tão forte que por segundos a minha visão ficou escura e turva e eu achei que havia quebrado alguma coisa. Por sorte a bota de cano longo protegeu bastante a torção do pé, mas mesmo assim eu não conseguia andar, dar um passo a frente era difícil e os seguranças do museu que viram minha cara de dor logo após a queda simplesmente cagaram pra mim fingiram que nada havia acontecido. Legal eles não?

    Com a cara que eles fizeram eu decidi nem pedir ajuda, sentei na escada por uns minutos, respirei devagar, bebi um gole d’água, levantei e dei um passo, com muita dor, mas não tão quanto se eu tivesse quebrado algum osso, então eu pensei comigo, “tô, sozinho, não tenho gelo para botar aqui, fazer o que? Liguei o foda-se e fui continuar a conhecer Paris. Ainda mancando sai do Louvre e fui conhecer o resto da cidade sem um pé! No final do dia, lanchando no gramado de frente para Torre Eiffel eu resolvi tirar a bota e colocar uma latinha gelada de Coca-Cola gelada sobre o inchaço porque ninguém quis me dar um pedaço de gelo, e meus queridos, que inchaço era aquele, parecia que tinha uma bola de dentro do meu tornozelo com aquela marca roxa de sangue batido nas laterais.

    Quase pé quebrado em Paris - Perrengue (5)

    Tentando amenizar com a coca gelada!

    Mas foi só após chegar em casa, depois de ter pego o metro errado e ter tido que caminhar mais do que eu devia, que eu fui ter noção do tamanho do inchaço, quando o sangue esfriou então nem se fala, a dor foi imensa. Meu anfitrião no Couchsurfing ainda me ajudou indo na farmácia para mim e comprando uns medicamentos para torção do pé, pois como eu fui sem nenhum seguro saúde acabei não podendo chamar um médico porque eu sou pobre. No outro dia eu iria ao Palácio de Versalhes, mas por conta do acidente eu nem fui, mas também não fiquei em casa, sai com o pessoal para um bar e depois para uma balada bem bacana, detalhe que eu estava de muletas, agora imagine, de muletas numa balada! Bom, não podia deixar passar, afinal estava em Paris e tinha que aproveitar.

    Apesar de tudo, meu pé torcido não foi o suficiente para estragar a minha passagem na bela e velha França. Agi de forma errada ao continuar a caminhar sem saber o que havia acontecido? Sim, claro que agi e não façam isso pessoal, mas eu estava numa situação que mesmo se fosse voltar para casa eu teria que andar bastante. Então entre andar e voltar para casa eu optei por andar, ver mais da cidade e voltar para casa.

    Olha a situação do pé!

    Olha a situação do pé!

    Diagnóstico

    Felizmente não foi nada de tão grave (ou pelo menos eu acho). Fui ao médico assim que voltei para Irlanda, só que ir ao médico aqui na Irlanda é o mesmo que nada, pois eles estão meio que nem ai para gente. O médico tirou apenas um raio X para ver se havia quebrado algum osso, mas não deu a minima para ligamentos e tendões que só podem ser vistos por Ressonância Magnética, ele simplesmente me despachou pra casa ao ver o raio x, não receitou nenhum remédio para dor e nem pediu para imobilizar. Claro que eu mesmo imobilizei, usei gelo e atadura e hoje, 3 semanas depois do ocorrido, eu consigo andar normalmente sem dor, mas não consigo fazer movimentos circulares ou esticar o pé que continua meio inchado e doendo quando faço tais movimentos.

    Por isso caros leitores, façam um seguro viagem para poderem torcer seus pés sem preocupações!

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    Olá! Meu nome é Leonardo, tenho 33 anos, sou de Brasília - DF, mas moro na Europa há mais de 8 anos. O desejo de viajar somou com uma frustração que aconteceu e me fez sair do Brasil. Eu amo viajar, conhecer lugares, pessoas e culturas, tanto que resolvi criar o blog Tô Longe de Casa para poder compartilhar com as pessoas todas essas minhas experiências pelo mundo.

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