Couchsurfing: Mais do que hospedagem gratuita
Você já ouviu falar em Couchsurfing? Algumas pessoas sim e outras não, mas vamos lá, se você não conhece eu ficarei feliz em apresentar essa forma de hospedagem gratuita.
O que é o Couchsurfing?
No inglês a palavra “couch” significa “sofá” e a palavra “surfing” significa “surfando”, basicamente Couchsurfing significa Surfando no Sofá. Essa comunidade é uma rede social voltada para viajantes e mochileiros que consiste em encontrar pessoas em qualquer lugar do mundo que hospedam viajantes em suas casas de forma gratuita. Apesar de levar a palavra “sofá”, não significa que você vá dormir em um, é apenas uma forma de expressão, mas pode ser que aconteça. Hoje na comunidade são mais de 4 milhões de viajantes espalhados em mais de 80 mil cidades ao redor do mundo.
A maioria das pessoas que participam do Couchsurfing são viajantes que estão em suas cidades e optam por receber outros viajantes. Acima de tudo os participantes são mente aberta, algo que eu pessoalmente julgo essencial para praticar o Couchsurfing, então se você tem preconceitos com religião, orientação sexual, raça e cultura em geral, por favor, reserve um hotel, o Couchsurfing não é para você.
Lembrando que o Couchsurfing também não para aqueles que simplesmente querem economizar, é para aqueles que procuram mergulhar de cabeça em uma nova cultura, conhecer pessoas e ter uma experiência de viagem completamente diferente. Se o seu foco é economizar sem pensar no que você pode extrair dessa experiência, reserve um hostel, o Couchsurfing não é para você.
Como participar do Couchsurfing?
Para participar da comunidade você precisa realizar o cadastro gratuito no site. Ele irá te cobrar uma taxa de U$25,00 para ter o seu perfil verificado e também para colaborar com a manutenção do site, esse pagamento é opcional e fica a seu critério.
Realizando o cadastro você irá preencher em seguida as informações do seu perfil como sua personalidade, o motivo por estar usando Couchsurfing, interesses pessoais, países que visitou, além de poder colocar algumas fotos. Você também pode disponibilizar em seu perfil se você está recebendo pessoas em sua casa ou não. Lembrando que receber alguém em casa não é um item obrigatório para poder solicitar uma hospedagem com outra pessoa, porém ajuda em suas qualificações. Aconselho também a preencher todo o perfil em inglês caso seus destinos comuns sejam para o exterior.
Procurando um host no Couchsurfing
Com o seu perfil pronto você pode procurar um host para se hospedar, para isso basta inserir no campo de pesquisa o nome da cidade para onde você está indo e irá aparecer uma lista de pessoas que estão disponíveis para receber guests, além de um filtro de pesquisa ao lado.
Você pode ver o perfil de cada pessoa e é extremamente aconselhável ler tudo o que há nele, pois lá geralmente as pessoas falam sobre elas mesmas e como são as regras de suas casas (se é permitido fumar, se pode criança, se pode animais e poir ai vai). Ainda no perfil você também tem como ver as qualificações dela, ou seja, comentários de outras pessoas que ficaram hospedadas e qualificaram o host como positivo, neutro ou negativo. Por fim basta mandar a solicitação junto com os dias da viagem, uma mensagem e aguardar o retorno positivo ou negativo. Sendo positivo você já pode trocar uma ideia com seu host, acertar todos os detalhes e conhece-lo melhor.
Recebendo um guest
Caso você opte por receber um viajante em sua casa, terá que habilitar essa informação em seu perfil para que ela seja pública e que outras pessoas possam te encontrar nas buscas. Você receberá uma solicitação informando o nome da pessoa, as datas em que ela vai e uma mensagem dela, no qual você pode recusar (mas tem que explicar o motivo) ou aceitar e combinar tudo, informando seu endereço, linhas de ônibus e metro, tudo para facilitar a chegada do seu hóspede. Você pode fazer isso através de mensagens ou por telefone.
Mas Couchsurfing é perigoso?
Cada um tem a sua impressão quando descobre o que é o Couchsurfing pela primeira vez, mas uma questão que todo mundo faz é; Mas não é perigoso? E se for um assassino? E se te roubarem? Bom, se você quer fazer um Couchsurfing com tanta negatividade é melhor nem fazer, pois é capaz de acontecer algo ruim mesmo.
O perigo está em toda parte, mas cada um enxerga de uma forma diferente, o fato é que, se eu achar que tudo no mundo é perigoso eu não saio da minha casa para nada. Claro que não posso chegar aqui e afirmar que o Couchsurfing é 100% seguro, mas você pode evitar qualquer imprevisto buscando por pessoas que já tem boas qualificações positivas na rede e mantendo contato com elas.
Minha experiência no Couchsurfing
Tenho 6 experiências com o Couchsurfing. Apesar de já ser cadastrado há algum tempo, fiz muitas viagens corridas e com diversas atividades pré-programadas no qual não compensaria fazer uma solicitação de Couchsurfing. Duas das minhas experiências foram no Brasil, uma em Vitória no Espirito Santo e outra em Boa Vista em Roraima e a terceira foi em Paris na França por duas vezes, a quarta foi em Roma na Itália, a quinta foi em Londres na Inglaterra e a sexta em Oslo na Noruega.
Em 2012 fui a Vitória no Espírito Santo e fui recebido pelo meu amigo Jota e pela Larissa, que já havia conhecido em uma viagem anterior. Eles me buscaram no aeroporto na minha chegada, me recepcionaram, me levaram para conhecer diversos lugares da cidade, lugares que eu não saberia nem como chegar se não tivesse uma pessoa local para me ajudar. Saímos com amigos deles para algumas festas locais a noite, vimos o nascer do sol da praia e ainda fomos para Guarapari, uma cidade vizinha conhecer mais praias e comer uma deliciosa Moqueca de Peixe Capixaba.
Já em 2014 eu estive de passagem por Boa Vista em Roraima onde fui recebido pelo Thiciano que foi extremamente atencioso comigo. Ele me buscou no aeroporto e me levou para conhecer a cidade inteira além de me levar para comer um delicioso peixe no molho em um restaurante local de frente para um rio e para a floresta amazônica além de sair a noite para comer um autêntico açaí do norte e refrescar o calorão que faz naquela cidade.
Agora em 2015 eu tive a minha terceira experiência e sem querer menosprezar as anteriores, foi uma das melhores que vivenciei. Foi em Paris onde fui recebido pelo Mathias para passar 3 noites em sua casa onde ele já estava recebendo 6 russos, sendo 5 da Sibéria.
Fui extremamente bem recebido pelo Mathias que me mostrou sua casa e me entregou a chave assim que eu cheguei, disse que eu tinha total liberdade, que era para me sentir em casa. Ele me deu várias dicas de transporte e de lugares pra visitar. Depois de um dia de turismo na cidade a noite todos nos reuníamos para jantar, beber um bom vinho e jogar cartas. Por fim eu e os russos tivemos bons momentos com o Mathias e seus amigos franceses em uma festa onde só haviam apenas pessoas locais. Quando voltei em Paris pela 2ª vez o Mathias me recebeu novamente.
Fui para Roma no final de 2015 e foi uma das cidades mais difíceis para se conseguir um Couchsurfing, já estava quase desistindo. Faltando algumas horas para o meu voo eu recebi uma mensagem do Daniele, que havia visto a minha solicitação e disse que poderia ficar na casa dele. Daniele foi um super amigo em Roma, me levou para conhecer vários lugares, me apresentou seus amigos, fomos em algumas festinhas locais de Roma e no último dia nos reunimos com um grupo apenas de Couchsurfers e fomos dar uma volta pela cidade.
Em 2016 eu fui para Londres com o intuito de conhecer a cidade e também visitar Stonehenge. Dessa vez o meu anjo da guarda foi o Rob, um americano que vivi em Londres há muitos anos. Morando em Camdem Town, que é uma das melhores regiões culturais de Londres ele me ofereceu sua casa para ficar. Conversamos muito sobre viagens, os lugares que fomos e que queremos ir, fizemos um jantar também que ficou uma delícia por sinal e o Rob ainda me levou para dar um passeio por Londres durante a noite, sem falar em todas as dicas que ele me passou. Infelizmente não tiramos fotos juntos.
Ainda em 2016 eu fui para Oslo na Noruega onde quem me recebeu foi o Lars, um norueguês que já havia estado no Brasil e estava aprendendo português, essa será a 5ª língua dele além do Inglês, Espanhol, Norueguês e Alemão fluentes. O Lars foi muito, mas muito atencioso comigo, logo no primeiro dia ele foi me buscar na estação, me deu um cartão ilimitado de ônibus para usar na cidade e ainda me levou para uma volta de bike por Oslo me mostrando cada detalhe e história da cidade. Também saímos durante a noite com seus amigos e nos divertimos muito em Oslo.
O que eu aprendi com Couchsurfing?
Eu aprendi que existe um valor muito maior do que aquele que você poupa ao não pagar uma hospedagem, o valor da experiência que o Couchsurfing proporciona é muito mais precioso do que qualquer dinheiro, pois é uma riqueza que ninguém pode tirar de mim. Com ele eu tenho acesso ilimitado ao mundo no qual ainda é selado para os turistas, um mundo no qual eu posso conhecer lugares exclusivos e com um olhar completamente diferente… uma experiência única e transformadora.
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