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    Entrevista com Karina Oliani: A brasileira mais jovem a chegar ao cume do Everest

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    Entrevista com Karina Oliani: A brasileira mais jovem a chegar ao cume do Everest

    Karina Oliani é a única médica da América Latina que tem o título de Wilderness Medicine (Medicina e Resgate em Áreas Remotas), além do mais é montanhista, pilota de helicóptero, mergulhadora, apresentadora de tv, bi campeã brasileira de Wakeboard e Snowboard dentre várias outras atribuições que até a fizeram ser chamada de “A Nova Mulher Maravilha” por ser tão nova e já ter tanta experiência na bagagem.

    A última conquista da jovem foi em Maio deste ano, quando conseguiu chegar ao cume do Monte Everest e completar mais uma etapa do projeto “7 Cumes” que visa escalar as 7 montanhas mais altas de cada continente, atualmente Karina já escalou 4 das 7 montanhas.

    Karina Oliani com toda certeza se tornou motivo de inspiração para muitas pessoas, inclusive para mim. Recentemente ela tem sido requisitada para muitas palestras motivacionais,  e a pergunta “Qual o tamanho do seu sonho Everest?” já rola solta na internet. A última é que Karina foi convidada para palestrar na World Extreme Medicine Conference & Expo que vai acontecer na Universidade de Harvard, uma das mais respeitadas do mundo, o nome da sua palestra será “Qual é o seu Everest”. Com isso ela se torna a primeira brasileira a palestrar em um congresso de Medicina Extrema e suas experiências com esporte e medicina a fazem um ícone nesta área. O Congresso acontece em Boston nos dos dias 28 a 31 de outubro.

    Karina Oliani nos Himalaias

    Karina Oliani nos Himalaias

    Atualmente ela é presidente da Associação Brasileira de Medicina de Áreas Remotas e Esportes de Aventura e nos concedeu uma entrevista bem legal sobre sua escalada ao Monte Everest. Veja abaixo:

    TLDC: Karina, sabemos de outras entrevistas que você ama esportes outdoors desde pequena, mas essa inspiração por esse tipo de esporte veio de alguém que já praticava essa atividade próximo a você ou você acha que nasceu com isso no DNA?
    Karina Oliani: Da minha família somente eu e minha irmã praticamos esportes de outdoor. Desde pequena sempre gostei de aventura, minha mãe dizia que aos 3 anos de idade eu já brincava de “escalar” o Everest nas escadas de casa.

    TLDC: O projeto “7 Cumes” é de longe grandioso e o sonho de qualquer alpinista, quando foi e porque você decidiu colocar na suas metas a iniciação desse projeto?
    Karina Oliani: Tudo começou em 2010 quando fui contratada para ser médica da equipe de Dick Bass, o primeiro homem a escalar as 7 maiores montanhas do mundo, os 7 summits. Dick decidiu que naquele ano voltaria para o Himalaia com sua família e amigos para comemorar os 25 anos de conquista dos 7 summits. No final dessa expedição ele me presenteou com o livro de sua autoria chamado “ 7 summits” dentro do livro tinha uma dedicatória linda que me inspirou a iniciar essa busca para vivenciar essa experiência mágica. Consegui cumprir até agora 4 das 7, sendo elas: Kilimanjaro, Elbrus, Aconcágua e Everest.

    TLDC: Em determinadas montanhas é necessário pagar taxas de escalada que podem passar de 10 mil dólares além dos gastos com equipamentos. Hoje em dia, achar patrocínio para esse tipo de atividade é muito burocrático?
    Karina Oliani: Com certeza foi a etapa mais difícil em conseguir escalar o Everest, eu demorei 3 anos para conseguir patrocínio para a expedição sendo o patrocinador máster a Mini (do grupo BMW), e dois apoiadores, Fujifilm e Protrek (relógio da Casio).

    Karina Oliani nos Himalaias

    Karina Oliani nos Himalaias

    TLDC: Você já atacou o cume do Aconcágua na América do Sul, Kilimanjaro na África, Elbrus na Europa e por último o Everest na Ásia. A diferença entre escalar essas montanhas é muito grande ou a técnica usada foi a mesma para todas? Qual foi a mais difícil?
    Karina Oliani: Sim cada montanha exige de uma técnica especifica, principalmente pela diferença de temperatura e altitude. O Everest, além de ser a montanha mais alta foi com certeza a mais difícil que escalei até o momento.

    TLDC: Escalar montanhas não é tão simples quanto muitas pessoas pensam e requer uma preparação tanto física quanto psicológica. Como você se preparou para escalar o Everest?
    Karina Oliani: Foi 1 ano de treino direcionado para o Everest, com subidas de escadas, corridas no Pico do Jaraguá mas com certeza o psicológico conta muito mais, por trabalhar com medicina de emergência convivi bastante com a adrenalina diária, acho que isso me ajudou bastante a encarar o Everest.

    TLDC: Como era passar a noite no Everest dentro das barracas com temperaturas muito baixas e ventos muito fortes? Era possível ter uma boa noite de sono?
    Karina Oliani: Sim é possível dormir bem, você fica tão cansado durante o dia com a aclimatação, altitude, temperatura e o peso dos equipamentos que acaba dormindo de tanto cansaço.

    TLDC: No Everest você passou por algum momento difícil em que sentiu medo e chegou a pensar em desistir da ascensão ao cume?
    Karina Oliani: O momento mais difícil foi durante o acampamento 4, estávamos a 8.000 metros, esperando o tempo melhorar para fazer tentativa de ataque ao cume, a mais de 30 horas com uma temperatura a -40 graus com ventos a mais de 100km/h, este foi o momento em que pensamos desistir da expedição inteira, tivemos que abrir mão de metade da equipe para termos oxigênio suficiente e aguentar a chegada e descida do cume.

    TLDC: Ver e estar na montanha mais alta do mundo é uma realidade muito distante da maioria das pessoas. Quando você pisou no cume demorou pra ficha cair de que você estava no topo do mundo? Existe alguma explicação para sensação de estar lá em cima?
    Karina Oliani: Foi uma sensação única, me dei conta de que estava escalando a montanha mais alta do mundo às 05 horas da manhã em um paredão vertical faltando poucos metros para chegar aos 8.848 metros foi neste momento que vi o nascer do sol belíssimo com umas cores que jamais havia visto na vida.

    Karina em Tulum no México

    Karina em Tulum no México

    TLDC: O Pemba Sherpa é um grande amigo seu e foi praticamente o seu braço direito no ataque ao cume do Everest. Como surgiu e qual é o objetivo do projeto entre o Sherpa, você e sua família de levar o saneamento ao vilarejo Bhamdaka nos Himalaias?
    Karina Oliani: O Pemba é uma grande amigo, o conheci em 2010 quando fui trabalhar como médica nos Himalaias. A ideia surgiu quando Pemba, comentou comigo sobre a dificuldade das nepalesas dessa vila de 15 famílias em transportar água até suas casas, algumas andam em média 2km carregando um balde de água para ter água para cozinhar, lavar e beber. Com a ajuda financeira da minha família conseguimos inteirar a verba que o Pemba precisava para implantar as obras de encanamento de água em Bhamdaka e assim facilitar um pouco o dia-a-dia desses nepaleses. Todos os habitantes do vilarejo estão envolvidos nas obras e a data prevista para todo sistema ficar pronto é em 1 mês. Meu próximo passo será conseguir arrecadar fundos para colocar 2 vasos sanitários para essas 15 famílias.

    Queria muito agradecer a Karina pela atenção e por ter aceitado o convite da entrevista, espero fazer muitas outras postagens no blog relacionadas a ela e os outros cumes que faltam no seu projeto. Muito obrigado Karina! E se você quiser saber mais pode acessar o site dela, www.karinaoliani.com.br.

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    Olá! Meu nome é Leonardo, tenho 33 anos, sou de Brasília - DF, mas moro na Europa há mais de 8 anos. O desejo de viajar somou com uma frustração que aconteceu e me fez sair do Brasil. Eu amo viajar, conhecer lugares, pessoas e culturas, tanto que resolvi criar o blog Tô Longe de Casa para poder compartilhar com as pessoas todas essas minhas experiências pelo mundo.

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